O tempo curto do golpe que não foi

Hoje se sabe que havia um golpe de fato em andamento, na madrugada do dia 6 para 7. Evitado, tudo indica, pela rapidez do STF em emparedar os generais, antes que a cena golpista tomasse conta das ruas de Brasília e a PM do DF “cedesse” voluntariamente ao caos.

Foi um quase golpe, mas mesmo assim, foi uma tentativa e não um “blefe” como alguns analistas diziam.

Isso prova algumas coisas:

  1. Que Bolsonaro não blefa, seu problema é ter ou não ter força. Agora Bolsonaro não conseguiu estabelecer um golpe, mas sua agenda é essa e seu governo, se continuar, será sempre a manutenção dessa atmosfera golpista (como sempre foi na verdade, desde o início).
  2. Bolsonaro “perdeu o timing”, mas deixou os bolsonaristas na rua, ativos, delirantes e, tudo indica, sem líder. Mostrou-se um fraco em não os guiar ao que foi prometido.
  3. Seja por sua fraqueza ou, contraditoriamente, seja por seu golpismo em potência e delírio endêmico, só há um caminho para o país: a renúncia ou impeachment e prisão do fascista!

O problema é saber o quão fracos, desorientados ou decididos do seu papel histórico estarão os outros sujeitos desse cenário:

a) A esquerda, que deveria ir pra rua imediatamente em resposta ao golpe frustrado (mas até agora nem pauta própria tem e ainda está a decidir se adere ou não à pauta da direita liberal no dia 12).

b) E o que restou do sistema formal: Parlamento, STF etc.

Estamos no tempo curto da política. Quem perder o timing perde espaço. Parece que os próximos dias serão decisivos.

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