O futuro talvez seja o fato mais emblemático da potência e da complexidade.
É esperança e morte, fatalidade e vida, distopia e crença, incerteza e utopia!
É o fato que ainda não houve, mas haverá.
A certeza de que todo o improvável é possível! Mesmo que nada ocorra.
Esperança que carrega até mesmo o terreno do mais absoluto niilismo. Um niilismo que nunca morre, pois sempre haverá um futuro.
É o que nos move por esperança e utopia, sem garantia de nada realizar.
É um outro agora desejado, um outro agora projetado, um outro agora que nunca será, pois o futuro só existe no depois.
Porém, a crença no futuro, que será, e por isso mesmo já o é em potência, nos move e, ao mover-nos, move o futuro para ser exatamente aquele novo e inédito, que virá a ser…
Nenhum futuro é o que teria sido, pois o futuro, tão presente, nunca é, sempre será.
O agora está, no fundo, cheio de futuridades, cheio de esperança de futuro.
O futuro já está fertilizando nossas agoridades. O agora está prenhe de futuro.
E o futuro está, de fato, cheio de agoridades, cheio de querências de agoras melhores, cheio de restos de agoras que insistem em sobreviver, enquanto o novo, que tudo inaugura, insiste em nascer.
A esperança não é vã: é um fato!
É tão factual e concreta quanto o futuro, que esperançamos e que virá…
A esperança é um futuro super-agorizado. Um futuro preso nas grades sólidas e cruéis do hiper-agora, mas desejoso de fugir, desejoso do devir, desejoso do que virá: o seu outro eu, a se inaugurar.
A esperança sabe que o futuro virá, para além de qualquer vontade, mas nunca imune à vontade alguma, sempre maior e diferente do que propusemos, mas nunca alheio ao devir humano!
A História não acaba… a esperança expecta e é práxis e o futuro dirá.