Epistemologia das margens, pensamento crítico e descolonização de narrativas nas Amazônias

Um convite político-acadêmcio às companheiras/os da História e áreas afins que estudam e/ou vivem/lutam na/pela grande panície:

Simpósio Temático coordenado pelo colega Amarildo Ferreira Júnior (IFRR) e por mim (UEPA), que vai acontecer no 31º Simpósio Nacional de História, entre 19 a 23 de julho de 2021.

Segue o resumo do ST e depois o link para informações e inscrições:

Resumo:

Este Simpósio Temático pretende reunir trabalhos que discutam em perspectiva crítica as narrativas históricas, artístico-culturais e o pensamento social sobre as Amazônias nacionais e transnacionais. Por perspectiva crítica entendemos os debates surgidos em torno de um conjunto heterogêneo de epistemologias que aqui definimos como “divergentes” ou “radicais”. Tais epistemologias constituem-se como saberes/poderes anti-hegemônicos, que se pretendem anticoloniais, não eurocêntricos e críticos à ocidentalização como dominação, assim como críticos aos padrões convencionais de saber/poder assentados na heteronormatividade excludente, nos variados tipos de racismo e xenofobia, no patriarcado, nas hierarquias de classe e status e na destruição predadora do meio ambiente e dos sujeitos e sujeitas da floresta, rios e cidades das Amazônias.
Parte-se do princípio de que a reflexão histórica crítica, mais que estrita reflexão epistêmica ou acadêmica, é fundamentalmente uma posição, uma práxis, ou ainda, um engajamento consciente e ativista, no sentido de construir ciência/saberes/poderes para a transformação social e política.
Nesse sentido, serão bem vindas reflexões histórico-antropológicas que partam da crítica ao colonialismo interno, busquem a substituição da “lógica instrumental” das ciências sociais por uma “descolonização” epistemológica e ensaiem possibilidades de estudos colaborativos, coteorização e/ou partam da “sistematização de experiências” concretas dos sujeitos e sujeitas em luta, com ênfase ao trabalho junto a grupos historicamente subalternizados.

Justificativa da relevância do tema:

Considerando as diversas e importantes contribuições que, desde as crônicas de viagem, as narrativas históricas e artístico-culturais oferecem para a constituição do pensamento social sobre as Amazônias, torna-se importante a realização de reflexões críticas acerca da construção desse arcabouço e de suas inferências e interferências sobre os heterogêneos sujeitos históricos, espaços e períodos amazônicos. Isso também implica na importância de realizar a análise acerca dos procedimentos de eleição e seleção dos elementos histórico-culturais manuseados, da contribuição dessas produções na elaboração de imagens e narrativas e de sua participação na invenção histórico-cultural dessa região. No entanto, tal análise não deve somente buscar a compreensão a respeito das Amazônias, seja em suas concepções nacionais, seja em sua constituição transnacional, mas necessita engajar-se na apresentação de alternativas de transformação social e política. Com isso, justifica-se a relevância do debate histórico e historiográfico que este Simpósio Temático propõe estabelecer e sua tomada de posição pela busca de possibilidades de estudos colaborativos engajados nos esforços de descolonização epistemológica por meio de sistematizações de experiências e movimentos de coteorização que propiciem encontros epistêmicos e produção de interconhecimentos junto a grupos historicamente subalternizados, o que contribui com elaborações que partam da práxis como conexão incontornável entre reflexão teórica/acadêmica e o engajamento/intervenção nos territórios das lutas nas Amazônias contemporâneas e na crítica do pensamento social sobre/na região.

Para acessar o evento, clique aqui: Simpósio Nacional de História 2021

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